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Papo Sério - 6ª Parte


CArência

     CArência, lidar com ela. Sentir-se carente é algo que acontece com todos os seres humanos. A carência afetiva pode ser mais ou menos intensa, pode durar um período curto ou longo e algumas pessoas vivem no estado de carência uma vida inteira.
O que ocorre na maior parte das vezes é que não fomos treinados para suprir nossas carências, ao menos temporariamente. Imaginamos que esse suprimento afetivo só pode ocorrer se estivermos com um parceiro ou parceira. Não é à toa que existe muita gente que "não consegue ficar sozinha".

     Temos várias fontes de afeto que não reconhecemos como tal porque nossa cultura praticamente exige que estejamos namorando ou casados, como se isso fosse garantia de plenitude afetiva. Não é!
E por causa dessa crença ficamos menos seletivos, acabamos por entrar às cegas em relacionamentos que se transformam em sofrimento e problema assim que termina a fase do encantamento, da sedução. Nos vemos envolvidos com pessoas difíceis, ciumentas demais, exploradoras, insensíveis, desrespeitosas, com uma personalidade muito distante daquilo que pretendíamos ter ao nosso lado. E por medo da solidão, na ilusão de que estar com alguém estaremos a salvo da carência, não nos damos conta de que continuamos esvaziados de afeto, mendigando amor e atenção.

     OLHE AO REDOR
Quando você se sentir carente, volte seu olhar para os outros setores de sua vida e perceba o quanto está perdendo em qualidade de vida afetiva quando acredita que só pode ser suprida ao estar mergulhada num relacionamento a dois. Preste atenção em:
Sua família - seus pais, por mais que vocês tenham problemas de convivência, demonstram o amor das mais variadas formas: fazendo aquela comida gostosa, cuidando da organização e sustento da casa, se interessando por seu bem estar. Abra seu coração para esse carinho silencioso, saiba receber e retribuir. Reconheça o afeto contido nas pequenas atitudes.
Seus filhos - pequenos ainda, ou adolescentes e mesmo já adultos, demonstram seu carinho com uma brincadeira, dividindo um segredo, partilhando uma alegria, demonstrando confiança.
Seus amigos - o convite para uma festa, a declaração de amizade, o ombro oferecido sem outro interesse a não ser amparar você ou a busca de seu ombro confiando problemas.
Seus colegas de trabalho ou de colégio/faculdade - a ajuda prestada numa matéria ou a orientação sobre as diretrizes da empresa são uma atitude generosa, o convite para o almoço ou para a balada demonstrando que sua presença é querida...

     APRENDA A NUTRIR A SI MESMO
Se você aprende a reconhecer nos pequenos gestos uma atitude afetiva, você passa a se sentir muito mais suprido e feliz. "Se você aprende a reconhecer nos pequenos gestos uma atitude afetiva, você passa a se sentir muito mais suprido e feliz." Mas tão importante quanto sentir-se nutrido por colegas, amigos, familiares e filhos, é aprender a nutrir a si mesmo. Valorize suas qualidades e aprenda a reconhecer as coisas legais que você faz a pessoa bacana que você é! Aprenda a dar a você mesmo pequenos presentes, desde uma xícara gostosa de café até uma merecida viagem de férias. Mas faça isso com consciência, sem ligar o "piloto automático". Enquanto estiver preparando seu café, curta esse momento, perceba que você pode se afagar quando curte o prazer de deitar em lençóis cheirosos ou quando prepara a pipoca para assistir àquele filme que queria tanto ver.

     Os pares que escolhemos para compartilhar a vida a dois estarão muito mais próximos de nos satisfazer afetivamente quando somos movidos pelo desejo de estarmos acompanhados, ao invés de estarmos movidos pela necessidade de suprir nossas carências. Quando estamos em paz por sabermos que somos capazes de nos suprir de diversas formas, estamos também mais alerta, conseguimos detectar melhor se a pessoa com quem estamos nos envolvendo tem as qualidades que desejamos e merecemos.
É muito importante estar "antenado" em você mesmo e reconhecer o tanto de afeto que o cerca. E antes de sair desenfreadamente buscando do lado de fora preencher os vazios do seu coração, faça antes por você mesmo o que gostaria que alguém fizesse. Ou seja, cuide de você. Ame-se!

By Moreno Jambo


A relação afetiva acabou, e agora? 

    Uma das maiores dores que uma pessoa pode passar é o fim de um relacionamento. 
Há duas situações possíveis: 
- Você não queria e/ou não esperava o fim deste relacionamento. 
- Você planejava este rompimento. 
O interessante é que mesmo quando uma pessoa deseja, planeja e tem a iniciativa do rompimento pode haver dor. Até mesmo relacionamentos ruins podem deixar certo “buraco” emocional. Talvez isso ocorra porque o ser humano foi feito para viver com outras pessoas. Mesmo relacionamentos ruins oferecem certa parceria, a possibilidade de contar com a outra pessoa em alguns momentos. E de toda forma o ser humano é feito de rotinas. Chegar em casa e encontrar sempre a aquela pessoa, ou final de semana receber sempre aquela ligação, que mesmo que não seja a pessoa ideal, ainda assim há certo sentimento de “aconchego”. Perder esta pessoa pode ser doloroso, por incrível que pareça. 

     Mas o grande sofrimento acontece quando não esperamos e não desejamos o rompimento, pois amamos esta pessoa e não conseguimos nos imaginar longe dela. Algumas vezes acontece de surpresa – não havia sinais de insatisfação por parte da outra pessoa, ou porque ele tomou esta decisão repentinamente ou porque não tinha habilidades para ir colocando suas insatisfações. 

     Porque relacionamentos acabam? 
Algumas vezes o sentimento simplesmente vai se esvaindo, a rotina pode ser reconfortante para alguns, mas para outros pode ir deixando lacunas que um dia se percebem enormes. Algumas vezes um manifesta comportamentos, que parecem coisas pequenas, os quais o outro não aprova, mas apesar de algumas conversas não houve interesse em mudança – talvez acreditasse que a reclamação do outro não seria suficiente para acabar com o relacionamento. Às vezes a causa é algo grande, como uma traição por exemplo. Muitos não superam o fato de serem traídos, por mais que o outro garanta que não houve grandes envolvimentos e nem continuidade. Muitas vezes os relacionamentos são rompidos porque ao conhecermos a outra pessoa, pouco a pouco percebemos que aquela impressão inicial não corresponde à realidade da personalidade do parceiro. Algumas pessoas se esforçam por parecerem interessantes no inicio do relacionamento, mas aos pouco percebemos que tratava- se apenas de uma forma como ele gostaria de ser e não de como ele é de verdade. 

     Como superar a dor do fim de um relacionamento.
Esta é a receita que todos querem, e se existe uma palavra que eu possa dar a todas as pessoas que procuram conforto neste momento tão difícil seria: Reconstrua-se. Aproveite a vivencia, mesmo que este rompimento não tenha sido sua escolha, e use este turbilhão emocional como informações que você está tendo a seu próprio respeito. Com certeza você está aprendendo muito sobre si mesmo, talvez esteja tendo reações que nunca imaginou que seria de seu feitio. Talvez esteja tendo pensamentos e comportamentos que o faz não reconhecer a si mesmo. Mas saiba, que tudo isso pode ser usado a seu próprio favor. Você pode crescer e sair renovado (a). Caso sinta que precisa de uma mão, alguém para estar junto e usar todo o conhecimento sobre a dor humana para que você passe por este momento e renasça uma pessoa melhor ainda, conte com o psicólogo.

By Moreno Jambo.
 

Fustigar com vara não é abusar ...

   Semana passada, mães e pais de todo o Brasil acompanharam a aprovação por unanimidade da Lei da Palmada, na Câmara dos Deputados, e depois no Senado Federal. E o assunto ainda permanece nas rodas de conversas, e em redes sociais.  Afinal, palmadas  são “instrumentos” punitivos ou educativos? Devem ou não ser aplicadas pelos pais e em que ocasiões? Uma lei como esta é, de fato, necessária ou marca somente a intromissão do Estado na vida e decisão das pessoas?

   A palmada não deve ser punitiva e sim educativas, esta reflexão é fundamental para esclarecermos alguns equívocos. A palmada serve para sinalizar à criança a informação mais importante das relações interpessoais, o “não”, informação tão necessária para que não se torne um adulto frustrado e que aprenda a reconhecer a impossibilidade de fazer certas coisas. O ensinamento acontece mediante a associação da palavra com a palmada. A palmada muitas vezes complementa a palavra que não é assimilada pela criança. A palmada com explicação é eficaz, revelando ao filho que existe um não, e assim, instrumento de educação utilizado em momentos pontuais: birra, teimosia, etc. Sou enfático em afirmar que o diálogo deve ser considerado o principal vínculo entre pais e filhos. A palmada não é e não deve ser unânime para se educar uma criança.

   A prerrogativa de que uma criança que recebe uma palmada se tornará um adulto violento me parece pouco consistente, pois não conheço criança violenta por causa de uma palmada, mas sim porque era espancada e apanhava violentamente, e é neste ponto que paira a distorção desta lei. Pais que não sabem diferenciar um espancamento de uma palmada devem, no mínimo, repensar sua condição de cuidadores e rever suas condições de orientadores. Além disso, a lei da palmada é insuficiente porque se limita a discutir as violências físicas e ignora as violências verbais e que comprometem emocionalmente da criança. Este tipo de agressão possui efeitos nocivos à constituição da personalidade da criança.

   Parece-me evidente a intervenção do Estado Moderno na coparticipação na educação dos filhos com imposições de leis como estas, todavia, a família que deveria ser o cerne das transformações na educação desta criança é desqualificada, diminuindo sua importância e participação. Proibir uma conduta deve implicar em demonstrar outras maneiras de agir e neste aspecto, vivemos a perda da autonomia na família, assim como a maternidade e a paternidade são questionadas e colocadas à prova.

   A política de tolerância zero visa transformar a animalidade em humanidade, o que é louvável, mas imediatista no que diz respeito a rediscutir este momento das relações familiares e deste novo momento das crianças e adolescentes. O afeto e o respeito são salvadores, o que de fato estamos perdendo cada vez mais no mundo é não resgatarmos estes sentimentos”.

by Moreno Jambo.

Simplicidade da vida

    Hoje, as queixas do dia, salvo raras exceções, são: A vida está difícil, a vida é um martírio, a vida é uma tragédia, viver assim é complicado, enfim, é só desgraça, não há nada de bom, ou se há, é ignorado.

   Curiosamente, estas queixas não partem daqueles, para quem a vida nunca foi boa. Os queixosos, na maioria, são os privilegiados.

   De fato a vida não é fácil todos os dias. Há dias melhores, dias piores e dias assim assim. Mas, há pessoas, que á mínima contrariedade, por mais simples e leve que seja, soltam o seu pessimismo, clamando, drama e a tragédia, por antecipação. A isto chama-se complicar a vida. Complicam a sua e a de quem com eles coabitam ou lidam, provocando, infelicidade, desânimo, e por vezes, desespero. Os que assim procedem, parece-me quererem mais do que aquilo que a vida lhes pode dar, ou a que têm direito, desvalorizando, ou não dando valor, ao que realmente têm. Querem mais e mais, e por mais que tenham, nunca estão satisfeitos. Há sempre algo melhor. 

   São pessoas, ambiciosas, presunçosas, egoístas, preconceituosas que se julgam superiores a tudo e a todos. Abreviando, são pessoas complicadas e completivas.

  Penso que estas pessoas seriam mais felizes, se fossem modestas, moderadas e sensatas, em suma, simples. Se assim fosse, não haveria queixas daquela natureza.

   Para ser simples não é preciso ser ou tornar-se pobre. As pessoas podem ser simples de várias maneiras, independentemente, a sua situação social, intelectual, profissional ou outra. Cada um pode e deve tirar partido de tudo o que a vida lhe dá, tendo sempre em conta uma fasquia de conduta, comportamento, entendimento, tolerância e sentimento pelos outros.

   Ser simples é ser positivo, tolerante, ter um sentido construtivo e solidário para com os outros, e acima de tudo, valorizar e viver melhor com aquilo que se tem. Ser simples é simplificar a vida ou, pelo menos, não complicá-la.

   Em última análise. Ser simples é ser humano, tolerante, educado, generoso e solidário.

   Conclusão: Complicar a vida é fácil. Descomplicar é difícil. Portanto, é melhor ser simples.

   Vamos ser simples.

by Moreno Jambo.

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